Disfunção hormonal é principal responsável por ginecomastia e pode ocorrer em diferentes idades
O aumento da mama nos homens é uma condição chamada de ginecomastia ou pseudoginecomastia e que pode exigir um tratamento específico devido aos incômodos que resulta, como a cirurgia de ginecomastia.
A ginecomastia é caracterizada pelo aumento do tecido da mama em si, que consiste de glândulas, condição também chamada de hipertrofia das glândulas mamárias.
Outra condição associada é a pseudoginecomastia, que se trata do aumento da mama devido ao sobrepeso. Nesses casos, o crescimento deve-se ao tecido adiposo e não das glândulas em si.
A condição costuma desenvolver-se na puberdade, afetando adolescentes entre 13 e 14 anos, devido às alterações hormonais. Em geral, o crescimento das mamas regride e volta ao normal após seis meses e apenas 5% dos casos a hipertrofia permanece na vida adulta.
O aumento anormal das mamas masculinas também pode acontecer em pacientes mais idosos, sendo que entre 1 e 2 terços dos homens com mais de 70 anos apresentam a alteração em uma ou em ambas as mamas.
Quais as causas do aumento da mama no homem?
A ginecomastia pode ocorrer em diferentes idades e, em geral, tem relação com alterações hormonais. Em bebês, por exemplo, é resultado do contato com o estrogênio materno durante a gestação.
Nos adolescentes trata-se de uma elevação tardia dos níveis de testosterona em relação aos de estrogênio, o que é comum na puberdade. Por essa razão, a condição costuma regredir sozinha na quase totalidade dos casos.
Já em homens mais velhos, principalmente após os 50 anos, a alteração deve-se a queda dos níveis de testosterona no organismo causada pela andropausa.
Algumas das explicações para o aumento das mamas nos homens incluem:
- distúrbios no organismo, como os hepáticos ou hormonais;
- terapias medicamentosas, como o uso de hormônios sexuais femininos, esteroides anabolizantes e medicamentos usados no tratamento de patologias relacionadas à próstata;
- produtos fitoterápicos, incluindo o contato com óleo de lavanda e óleo da árvore do chá;
- consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou drogas, como a maconha e a heroína.
Além dessas condições, fatores genéticos, ambientais e de saúde podem ocasionar a alterações dos níveis de testosterona, o que também causa a ginecomastia. Entre as situações associadas destacam-se:
- tratamentos oncológicos como a quimioterapia e radioterapia;
- doença hepática crônica;
- exposição ao estrogênio;
- insuficiência renal;
- tratamento hormonal para câncer de próstata;
- defeitos congênitos;
- hipertireoidismo;
- alguns tipos de câncer, como o de mama, que é raro em homens, mas pode afetá-los.
Portanto, caso o aumento das mamas esteja relacionado a qualquer uma dessas condições é importante informá-la ao médico para uma avaliação das causas da ginecomastia e não apenas o diagnóstico da doença.
Apesar de todos esses fatores, aproximadamente 90% dos casos de ginecomastia são de causa idiopática, o que significa que não há evidências que confirmem as causas da condição.
Quais os tratamentos para essa doença?
O tratamento recomendado depende da gravidade da condição e incômodo do paciente com o crescimento mamário. As principais opções incluem a reposição hormonal ou a cirurgia de ginecomastia.
O tratamento medicamentoso é recomendado quando há uma desordem hormonal associada ao caso, com dores devido à hipertrofia mamária e também quando a condição gera problemas psicológicos ao paciente.
Em geral, o tratamento medicamentoso é mais eficiente quando é iniciado até um ano e meio após o início dos sintomas. Após esse período a eficiência é reduzida, sendo recomendada a cirurgia de ginecomastia caso a condição seja incômoda.
Um dos principais medicamentos usados no tratamento é o Tamoxifeno, um antiestrogênico que apresenta bons resultados no tratamento da ginecomastia, especialmente se o uso for iniciado precocemente.
A prescrição desse ou de outros medicamentos deve ser feita exclusivamente pelo médico responsável, em geral o mastologista.
Quando a cirurgia de ginecomastia é recomendada?
Quando a ginecomastia não é diagnosticada precocemente, a terapia hormonal mostra-se menos efetiva e a cirurgia de ginecomastia passa a ser avaliada como principal conduta para tratamento.
A cirurgia de ginecomastia tem duração de 1h30, em média, sendo realizada com sedação e anestesia local ou geral. Para a cirurgia é feita uma incisão ao redor do mamilo pela qual é removido o excesso de tecido.
Em casos de crescimento muito maior das mamas pode ser recomendados o reposicionamento da aréola e a remoção do excesso de pele durante a cirurgia para um resultado estético mais satisfatório.
O procedimento deve ser conduzido por um cirurgião plástico de confiança, que além de conhecer as características da patologia, visa uma melhora estética mais ampla, considerando não apenas a retirada das glândulas, mas também da pele em excesso.
A recuperação da cirurgia de ginecomastia costuma ser tranquila, com o paciente recebendo alta no mesmo dia. Recomenda-se que se uma condição subjacente estiver associada ao problema ela seja tratada para evitar um novo crescimento das mamas.
Em geral, a ginecomastia não acarreta problemas de saúde ao paciente, sendo que o procedimento cirúrgico é recomendado se houver incômodo físico e emocional relacionado à condição.
É essencial que o procedimento seja conduzido por um cirurgião plástico de confiança após análise do quadro do paciente.